Ainda é um grande desafio para os pecuaristas brasileiros produzir animais padronizados. Uma das práticas que vem auxiliando os criadores nesta tarefa é o confinamento local onde o gado passa um período para ganhar peso, principalmente na estação de seca.
Os confinamentos garantem animais de boa qualidade o ano inteiro e, segundo levantamento realizado pela AgriPoint Consultoria, estão em processo contínuo de expansão e profissionalização no Brasil. Em pesquisa realizada no primeiro trimestre de 2003, a consultoria avaliou as 50 maiores propriedades do país e traçou o mapa desse novo tipo de pecuária.
Os principais clientes dessas áreas são justamente os frigoríficos exportadores, que precisam do animal na entressafra. As indústrias mais citadas foram Bertin (36%), Friboi (34%), Marfrig (30%), Minerva (20%) e Margen (12%). Dos confinamentos analisados, 36% afirmam ter algum tipo de acordo com frigoríficos porque fornecem grande volume de animais durante o período de oferta mais escassa. Um dos maiores, a Fazenda Planura, com capacidade para receber 100 000 cabeças, tem como acionista o frigorífico Bertin. É um indicativo de mudanças na comercialização de animais no Brasil.
De acordo com a pesquisa, cerca de 80% dos confinamentos se concentram nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. Os animais permanecem, em média, 92 dias confinados. Entram pesando, aproximadamente, 350 quilos e saem com cerca de 480 quilos. A principal ração é a silagem de milho, empregada em 50% das propriedades. A silagem de sorgo e de capim, empregadas em 34% das empresas, e a cana-de-açúcar, em 30%, são outros importantes alimentos.
Os confinamentos não costumam realizar cria ou recria de animais. Mais de 70% deles são especializados em engorda compram ou recebem animais.
Fonte: Exame
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