Criados para fins militares, os veículos aéreos não tripulados (VANTs), ou drones (zangão, em inglês), têm sido utilizados em diversos segmentos da sociedade. No agronegócio, pesquisadores da USP mostram que essa nova tecnologia também pode ser uma aliada.
O professor Rubens Duarte Coelho, coordenador do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), da ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” afirma que os drones ampliarão os horizontes para a agricultura de precisão nas áreas agrícolas do país.
Em agosto, acompanhado de alunos da Escola, Coelho comandou na Fazenda Areão (estação experimental da ESALQ) o primeiro voo do novo “Drone” vinculado ao LEB.
“No caso do setor agrícola, a grande vantagem é a precisão com que se pode detectar e monitorar grandes áreas quase que em tempo real. É uma realidade de sensoriamento remoto nunca antes imaginada, com alta definição e alta frequência de captura das imagens aéreas”, explica Duarte Coelho.
Para se ter uma ideia do que isto significa, Coelho faz um paralelo com o novo satélite Landsat 8, lançado pelo governo norte-americano em fevereiro de 2013. Segundo o docente, a frequência de aquisição de imagens em uma mesma área deste satélite é de 16 dias quando as condições climáticas permitem, sendo que o horário de captura das imagens é fixo às 10h. Cada pixel da imagem do Landsat 8 nas bandas espectrais vermelho, azul e verde representa uma área de aproximadamente 900 m2, sendo que na imagem termal (infravermelho) cada pixel representa cerca de 10 mil m2.
Com a utilização do drone voando a uma altitude 300 m, limite máximo de altura autorizado para voo não tripulado, com câmeras especiais acopladas, tem-se para uma foto de 6 ha de área nas bandas espectrais da radiação visível, cada pixel representando uma área equivalente à tela de um smartphone (49 cm2).
“Nas imagens térmicas, cada pixel representa a área equivalente à tela de um tablete, cerca de 197 cm2, sendo que as imagens podem ser captadas a qualquer hora do dia e inúmeras vezes em um mesmo dia. Diminuindo-se a altitude, aumenta-se ainda mais essa resolução”.
De acordo com o docente do LEB, estas aplicações serão priorizadas em áreas de pesquisa e cultivos tecnificados como cana-de-açúcar, café, citros, uva e hortaliças. “Esperamos desenvolver nos próximos anos aplicações desta nova tecnologia visando à detecção da variabilidade espacial do estresse hídrico no campo, de deficiências nutricionais, falta de uniformidade de aplicação de água em sistemas de irrigação, danos foliares causados por pragas e doenças”, comenta. Fonte:http: www.srb.org.br/Renato Scardoelli
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